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A Percepção dos Arquétipos Eternos

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Por Editor VOPUS   
A Percepção dos Arquétipos Eternos

Essa faculdade que percebe e reconhece a nobreza de proporções no que nos é dado pelos sentidos e em outras coisas que estão situadas fora de si mesmas deve ser adscrito à alma. Está muito próximo à faculdade que proporciona esquemas formais aos sentidos ou ainda mais profundamente e, consequentemente, adjacente à energia puramente vital da alma, que não pensa de um modo discursivo, isto é, por meio de conclusões, como fazem os filósofos, nem emprega nenhum método determinado e que, portanto, não é peculiar só do ser humano, senão que também reside nos animais selvagens e do campo...

Poderíamos então nos perguntar como é que esta faculdade da alma, que não implica um pensar conceitual e não pode, portanto, adquirir um conhecimento adequado às relações harmônicas, pode ser capaz de reconhecer o que vem do mundo exterior.

Já que reconhecer significa comparar a percepção sensível do exterior com as imagens originais internas e julgar em conformidade com elas. Proclo expressou este tema com suma finura, pondo como símile o despertar de um sonho.

Porque assim como as coisas do mundo exterior, que antes percebemos no sonho, também as relações matemáticas sensivelmente evocam em nós aqueles ARQUÉTIPOS inteligentes que figuravam já de antemão em nosso interior, de maneira que agora resplandecem verdadeira e vividamente na alma, ali onde antes só estavam obscuramente presentes.

Mas como chegaram ao nosso interior? A isto respondo que todas as IDÉIAS PURAS ou PADRÕES HARMÔNICOS ARQUETÍPICOS, como são aqueles dos quais estamos falando, estão presentes de um modo inerente em todos aqueles que têm a capacidade de apreendê-los.Símbolos Universais - Rosa

Mas não são primeiramente recebidos na mente em virtude de um processo conceitual, senão que é bem mais produto de uma espécie de intuição instintiva puramente quantitativa e são inatos naqueles indivíduos, assim como numa planta é inato, digamos, em virtude de seu princípio formal, o número de pétalas, ou numa maçã o número de cápsulas que contém a semente.

Em um ensaio de Pauli põem-se de relevo idéias muito semelhantes as que citamos e Kepler. Pauli escreve:

"O processo de compreensão da Natureza, unido ao gozo que o homem sente ao compreender, isto é, ao familiarizar-se com novos conhecimentos, parece, pois, descansar em uma correspondência, em um encaixe congruente entre imagens internas preexistentes na alma humana e os objetos exteriores e seu modo de comportamento. Esta concepção do conhecimento natural remonta-se, evidentemente, a Platão, e foi também plenamente adotada por Kepler. Este último fala, efetivamente, de idéias preexistentes na mente divina e impressas na alma humana, como imagem que é de Deus.Símbolos Universais - Compreender a Natureza

A estas imagens primigênias que a alma pode perceber por meio de um instinto inato, Kepler as chama de ARQUÉTIPOS. Concorda isto em grande parte com as imagens ou ARQUÉTIPOS PRIMORDIAIS introduzidos na Psicologia por C. G. Jung, que funcionam como padrões instintivos de ideação. Neste nível, o lugar dos conceitos nítidos é assumido por imagens de conteúdo fortemente emocional que não são pensamentos, senão representações pictóricas, como se disséssemos que são oferecidas aos olhos da mente. Na medida em que estas imagens são expressões de realidades entrevistas, mas ainda desconhecidas, podem também receber o nome de simbólicas, de acordo com a definição de simbólico, proposta por Jung. Enquanto agentes ordenadores e conformadores deste mundo de imagens simbólicas, os ARQUÉTIPOS FUNCIONAM, de fato, como a ponte anelada entre as percepções sensíveis e as idéias e constituem, portanto, um pré-requisito indispensável para o surgimento de uma teoria científica.”

Heisenberg

Símbolos Universais - Ouroboros-Maier


Símbolos Universais: A Percepção dos Arquétipos Eternos


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