A Conquista da Pedra Filosofal |
Por Oscar Uzcátegui | |
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Extraído do livro “O HOMEM ABSOLUTO", de OSCAR UZCÁTEGUI "O homem é atraído à perfeita luz por quatro cavalos brancos, que são a Vontade, a Fé, a Ajuda e o Amor. O que o homem tem Vontade de fazer, o faz, tem o poder de fazê-lo. Um conhecimento desse poder é a Fé, e quando a Fé se move, a alma começa a voar. A fé egoísta não nos conduz à luz. O peregrino não está solitário no caminho à luz. O homem nunca escala as alturas, mas ajuda outro a alcançar as alturas. E o cavalo que toma a dianteira no caminho para a vida espiritual é o Amor, o amor livre de egoísmos". APOLO Na Alquimia, o praticante e sua obra, ou objetivo, formam desde o início até o final um único corpo, já que só deste modo é possível viver tal magistério. O Magistério nos leva por consonância rítmica aos vocábulos: Magis e Magister, tomados pelos especialistas em Hermetismo como: Magia e Mestre. Qual é a mais elevada das Magias? A Alquimia! Podemos responder... E qual é o mais elevado Mestre? Aquele que conhece os segredos mais profundos de sua Pedra magna. Alquimia, Pedra e Artifício, ARTE MARAVILHOSA que a envolve são, portanto, um trinômio igualmente inseparável. Tudo procede da PEDRA e há de regressar à Pedra, diziam os filósofos alquímicos. Tal Pedra, querido leitor, é o mar inextinguível de onde emanam você e a criação. A Pedra de todo esplendor, tão zelosamente nomeada com milhares de vocábulos alegóricos, primeiro é líquida, mais tarde gasosa, depois se torna sólida e finalmente assume caráter ESPIRITUAL. Conhecer, cognoscitivamente, esta Arte Régia, durante milênios, foi o objetivo primordial de muitas pessoas que consagraram a totalidade de suas vidas e até investiram toda sua fortuna em tal busca, com a ideia única de se converterem em IMORTAIS e serem imunes a toda doença, ciclo social, influências cósmicas, etc., etc., etc. Lamentavelmente, às vezes porque os grupos humanos não estiveram à altura das circunstâncias, outras porque a elite de Irmãos Maiores não concedeu permissão e em muitas ocasiões porque a Igreja fracassada perseguia a Alquimia por considerá-la heresia, não foi possível que muitos anelantes vissem cristalizados seus sonhos de conhecer o Secreto Secretorum e seu Magistério ou Modus Operandis. Deste modo, apenas um reduzido grupo humano é mencionado nas páginas do esoterismo alquímico, como possuidores da GEMA PRECIOSA ou realizadores do MAGNUS OPUS.l MAGNUS OPUS. Pelas circunstâncias anteriormente descritas, a Alquimia certamente saturou-se e rodeou-se de símbolos, lendas, ritos, adivinhações e um sem-fim de véus a mais, tudo o qual contribuiu para que fosse considerada como uma quimera ou tarefa de "loucos", "utopistas", "fantasiosos", "folgazões" e, no melhor dos casos, "ignorantes supersticiosos"...... Contudo, acima dos que não aceitam a realidade da Alquimia e a negam rotundamente, existem documentos verazes que testemunham abundância de conquistas transcendentais em relação à Arte que faz do homem comum e corrente um autêntico MUTANTE, capaz de transformar os elementos naturais, transformar um metal em outro e o que é ainda mais interessante: “COAGULAR a divindade em suas humanas pessoas”. Vejamos: "Depois do nome célebre de Artefio (por volta de 1130), a reputação de Mestres que lhe sucedem consagra a realidade hermética e estimula o ardor dos aspirantes ao Adeptado. No século XIII, vive o ilustre monge inglês Roger Bacon, chamado por seus discípulos “Doutor Admirabilis” (1214-1292) e cuja enorme reputação se torna universal. A seguir, vem a França com Alain de L'Isle, doutor por Paris e monge de Cister (morto por volta de 1298); Cristóvão, o Parisiense (cerca de 1260) e Arnaldo de Vilanova (1245-1310), enquanto na Itália brilham Tomas de Aquino, Doutor Angelicus (1225) e o monge Ferrari (1280)". "O século XIV vê surgir toda uma plêiade de artistas. Raimundo Lulio “Doutor Iluminatis”, franciscano espanhol (1235-1315); Juan Daustin, filósofo inglês; Juan Cremer, abade de Westminster; Ricardo, chamado Roberto, o inglês, autor de Correctum Alchymiae (para 1330); O italiano Pedro Bon da Lombardia; O Papa francês Juan XXII (1244-1317); Guillermo de Paris, patrocinador dos baixos-relevos herméticos do Átrio de Notre-Dame; Jehan de Meun, chamado Clopinel, um dos autores do Roman da Rose (1280-1364); Grasseo, chamado “Hortulano”, comentarista da Tábua de Esmeralda (1358) e, finalmente, o mais famoso e popular dos filósofos franceses, o alquimista Nicolas Flamel (1330-1417)”.. "O século XV marcou o período glorioso da ciência e ainda supera os precedentes, tanto pelo valor intrínseco como pelo número de Mestres que o ilustraram. Entre estes convém citar, em primeiro lugar, Basílio Valentin, monge beneditino da Abadia de São Pedro, em Erfurt, eleitorado de Mogúncia (por volta de 1413), talvez o artista mais notável que a Arte Hermética produziu; seu compatriota o abade Tritemo; Isaac, o holandês (1408); os dois ingleses Thomas Norton e George Ripley; Lambsprinck; Jorge Aurach, de Estrasburgo (1415); o monge calabrês Lacini (1459); e o nobre Bernardo Trevisan (1406-1490), que empregou cinquenta e seis anos de sua vida ao prosseguimento da Obra e cujo nome ficará na história alquímica como um símbolo de afinco, de constância e de irredutível perseverança." "A partir deste momento, o hermetismo cai em descrédito. Seus próprios partidários, amargurados pela falta de êxito, se voltam contra ele. Atacado por todas as partes, seu prestígio desaparece, o entusiasmo decresce e a opinião muda. Operações práticas, recolhidas, reunidas, e logo reveladas e ensinadas, permitem aos dissidentes sustentar a tese do nada alquímico e arruinar a filosofia, derrubando as bases da nossa química. Seton, Wenceslao Lavinio de Moravia, Zacarias e Paracelso são, no século XVI, os únicos herdeiros conhecidos do esoterismo egípcio, daquilo que o Renascimento renegou depois de havê-lo corrompido. Rendamos, brevemente, uma suprema homenagem ao ardente defensor das verdades antigas, que foi Paracelso. O grande tribuno merece de nossa parte um eterno reconhecimento por sua última e valente intervenção que, ainda que vã, nem por isso deixa de constituir uma de suas melhores ressonâncias de glória. A Arte hermética prolonga sua agonia até o século XVII e, por fim, extingue-se, não sem ter conseguido dar ao mundo ocidental três ramos de grande envergadura: Láscaris, o presidente d'Espagnet e o misterioso Ireneo Filaleteo, enigma vivo cuja personalidade jamais pôde ser descoberta." Depois desta descrição necessária destes valores humanos que sulcaram o céu alquímico encontrando sua amálgama preciosa e dando mostras dos dons que esta outorga, inserimos para nosso leitor, pressentindo que talvez não tenha muitas noções desta Arte Laboriosa e Magna, as palavras do grande Mestre Fulcanelli, que nos falam a respeito de como apareceu em nosso mundo ocidental esta nobre “Ciência das Transmutações”: "Nascida no Oriente, pátria do mistério e do maravilhoso, a Ciência Alquímica se expandiu pelo Ocidente através de três grandes vias de penetração: bizantina, mediterrânea e hispânica. Foi, sobretudo, o resultado das conquistas árabes. Este povo curioso, estudioso, ávido de filosofia e de cultura, povo civilizador por excelência, constitui o vínculo de união, a corrente que relaciona a antiguidade oriental com a Idade Média ocidental. Desempenha, efetivamente, na história do progresso humano, um papel comparável ao que correspondeu aos fenícios, mercadores entre o Egito e a Assíria. Os árabes, discípulos dos gregos e dos persas, transmitiram à Europa, a ciência do Egito e da Babilônia, aumentada por suas próprias aquisições, através do continente europeu (via bizantina), e até o século VIII de nossa Era. Por outra parte, a influência árabe exerceu-se em nossos países com a volta das expedições da Palestina (via mediterrânea), e são os cruzados do século XII os que importam a maior parte dos conhecimentos antigos. Finalmente, mais próximo de nós, na aurora do século XIII, novos elementos de civilização, de ciência e de arte, surgidos por volta do século VIII da África setentrional, estendem-se pela Espanha (via hispânica) e vêm a acrescentar as primeiras contribuições do foco Greco-bizantino".. Apesar de tudo que foi descrito anteriormente, temos de dizer ao leitor que a linguagem alquímica buscava um único fim: “AUTORREALIZAR O HOMEM COMUM, LIGÁ-LO COM A DIVINDADE QUE INTRINSECAMENTE E QUE LAMENTAVELMENTE IGNORA QUE POSSUI”. .. E para isso falaram os filósofos ou artistas alquímicos de três substâncias sacratíssimas com as quais isso era possível, ou seja, conseguir a PEDRA FILOSOFAL ou o que é o mesmo: “A LUZ ETERNA, DEUS DENTRO DE NÓS...” Para ter acesso ao conhecimento de onde, como e de que estavam constituídos esses elementos (sal, enxofre e mercúrio), os aspirantes tiveram, em séculos passados, que dedicar toda a vida para encontrar um “Magister (Mestre)” que lhes revelasse "de lábios a ouvidos" o GRANDE ARCANO, que encerrava a explicação concreta de tais substâncias e o modo de operar com elas. Alguns desses aspirantes morreram sem conhecer este "Artifício" e outros, ainda que chegaram a conhecê-lo, não lhes foi possível operar com o mesmo dada a idade avançada em que se encontravam. Mas a tudo isto há que acrescentar que se alguém conseguia descobrir as verdadeiras naturezas às quais os termos “Sal, Enxofre e Mercúrio” aludiam, teria, no entanto, que lutar muitíssimo para chegar a saber como operar com essas substâncias. Sobre o Secretorum da elaboração do Elixir que daria origem à Pedra Preciosa. Um dos alquimistas mais qualificados como "claros" nos diz o seguinte: "Que os pesquisadores aprendam, antes de empreender novos gastos, o que diferencia o primeiro mercúrio do mercúrio filosofal. Quando se sabe bem o que se busca, torna-se mais cômodo orientar os passos. Que saibam que seu dissolvente ou mercúrio comum é o resultado do trabalho da natureza, enquanto o mercúrio dos sábios constitui uma produção da Arte. Na confecção deste, o artista, aplicando as leis naturais, conhece o que quer obter. Não acontece o mesmo com o mercúrio comum, pois Deus proibiu o homem de penetrar em seu mistério. Todos os filósofos ignoram, e muitos o confessam, como as matérias iniciais, postas em contato, reagem, se interpenetram e, por fim, se unem sob o véu de trevas que envolve, do começo ao fim, os intercâmbios íntimos desta singular procriação. Isso explica porque os escritores se mostraram tão reservados com relação ao mercúrio filosófico cujas fases sucessivas o operador pode seguir, compreender e dirigir a seu gosto. Se a técnica reclama certo tempo e requer algum esforço, em contrapartida é de uma extremada simplicidade. Qualquer profano que saiba manter o fogo a executará tão bem como um alquimista experiente. Não requer perícia especial nem habilidade profissional, mas apenas o conhecimento de um curioso ARTIFÍCIO que constitui esse SECRETUM SECRETORUM que não foi revelado e, provavelmente, jamais será. A propósito desta operação, cujo sucesso assegura a posse do Rebis Filosofal, Jacques le Tesson citando Damasceno, escreve que este Adepto, no momento de empreender o trabalho, olhava todo o aposento a fim de certificar-se de que não haviam moscas ali dentro, querendo significar com isso que nunca é demais o segredo, dado o perigo que pode acarretar".. "Não nos corresponde explicar em que consiste o artifício utilizado na produção do mercúrio filosófico. Sentindo muito por isso e apesar de toda solicitação dos filhos da ciência, devemos imitar o exemplo dos sábios, que julgaram prudente reservar esta insigne palavra. Limitar-nos-emos a dizer que esse mercúrio segundo ou matéria próxima à Obra é o resultado das reações de dois corpos, um fixo e o outro volátil. O primeiro, velado sob a denominação de ouro filosófico, não é em absoluto o ouro vulgar. O segundo é nossa água viva, anteriormente descrita sob o nome de mercúrio comum";. Até aqui, o que o leitor compreendeu?... Possivelmente nada. O que pôde ficar claro com respeito à busca de tal pedra? A resposta, se o leitor for um profano na matéria e, se for sincero, é: NADA...nada...nada. Um dos Adeptos, cujas palavras ficaram linhas atrás, entre aspas, afirmava naquela época que "jamais" se divulgaria o artifício alquímico, mas o tempo e as circunstâncias mudaram e, dado que a humanidade tem que definir-se perante o SER (o real) e o NÃO SER (o Ego animal pluralizado), a Venerável Loja Branca pôs em mãos públicas o que durante milênios e séculos constituiu um terrível ARCANO. E o fez através de seu enviado nesta Era do Kali-Yuga, o Avatara de Aquário: Samael Aun Weor. Weor. Este grande Ser o explica em suas Obras como: "O Matrimônio Perfeito", "O Mistério do Áureo Florescer" , "As Três Montanhas", "A Mensagem de Aquário" e outras mais. |
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