O PODER DA PAZ CRIADORA

Desde a infância estamos rodeados de mecanismos que nos levam pelo caminho do esquecimento de nós mesmos e nos afastam da realidade que estamos vivendo e que, ao mesmo tempo, nos fazem sentir o que não somos nem seremos: videogames onde a mente fica escrava da terrível indiferença, da separatividade...Quão trágico é ter em nossa mente a ilusão da mentira.

A televisão ou a internet com programas cada vez mais agressivos, que anulam nossa capacidade de decidir, de como pensar e em que pensar, tornando-nos pessoas sem iniciativa própria, escravos do que dirão. Esportes e espetáculos onde os baixos instintos aprisionam nossa vida e alimentam o prazer dos cinco sentidos, fazendo de nós uma marionete do mundo materialista e do consumismo. O cinema que fascina nossas mentes iludindo-nos com a esperança de uma vida que não existe, fazendo-nos cair na decepção e amargura de uma vida falsa...

Esquecidos de nós mesmos, buscamos no mundo o que na Alma não temos, dando as costas para nossa própria realidade. Convertendo-nos em buscadores de algo que nunca chega, fazendo de nossa vida um labirinto de amarguras e sensabores onde não encontramos a saída.

Inquestionavelmente, desta forma vamos criando mais conflitos e amarguras que se refletem em nossa sociedade dia a dia, com violência, delinquência, crimes, prostituição e abuso de menores, drogas e um interminável etc...

Diz-nos o Dr. Samael em seu livro “A Revolução da Dialética”.

A SOCIEDADE É A EXTENSÃO DO INDIVÍDUO E O QUE É O INDIVÍDUO É A SOCIEDADE, É O MUNDO.

Se o indivíduo é cobiçoso, cruel, desapiedado, egoísta, etc., assim será a sociedade. É necessário ser sincero consigo mesmo. Cada um de nós está degenerado e, portanto, a sociedade tem que ser degenerada inevitavelmente. Isso não pode ser resolvido pelo terrível monstro do materialismo, isto só pode ser resolvido pelo indivíduo a base de sua revolução integral.

Chegou a hora de reflexionar sobre nosso próprio destino. A violência não resolve nada. A violência só pode conduzir ao fracasso. Necessitamos paz, serenidade, reflexão, compreensão..

O Dr. Samael Aun Weor nos chama à reflexão em seu livro “Tratado de Ética e Sociologia Gnóstica” dizendo-nos:

Há dor, há fome, há confusão, mas nada disto pode ser eliminado mediante os procedimentos absurdos da violência. Aqueles que querem transformar o mundo a base de revoluções, de sangue e aguardente ou com golpes de estado e fuzilamentos, estão totalmente equivocados, porque a violência só gera mais violência, e o ódio mais ódio. Necessitamos paz, se é que queremos resolver problemas, necessitamos paz...

As trevas não se desfazem a socos, mas trazendo a Luz. Tampouco se desfaz o erro combatendo corpo a corpo com ele, mas difundindo a verdade, sem necessidade de atacar o erro. Tanto quanto a verdade avance, tudo isso o erro terá de retroceder.

Não há que desafiar o mal, mas praticar incondicionalmente o bem e ensinar suas vantagens através da prática. Atacando o erro provocaremos o ódio dos que erram, e assim, equivocados, se tornarão maus. Atacando o mal provocaremos o rancor dos maus, e assim os maus serão piores. O que necessitamos é difundir a Luz para dissipar as trevas..

Se verdadeiramente quisermos uma mudança real tanto em nós como na sociedade em que vivemos necessitamos fazer esforços para criar a paz interior capaz de albergar a Luz da Consciência.

A consciência é uma faculdade cognitiva do Ser, uma Faculdade de percepção ou conhecimento das verdades cósmicas. Se aprendermos a viver de acordo com as Regras da consciência, é óbvio que viveremos reta e inteligentemente.

Mas para isto precisamos criar paz tanto no nosso interior como na vida cotidiana. E para isto precisamos compreender em sua profundidade o que é verdadeiramente isso que chamamos Paz.

Diz o Dr. Samael Aun Weor em seu livro EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL:

""As multidões não sabem compreender realmente o que é a verdadeira Paz Interior e não querem que ninguém atravesse seu caminho, que não lhes perturbem, que não lhes incomodem, ainda que eles tomem por sua própria conta e risco o direito de perturbar, de incomodar e de amargurar a vida de seus semelhantes.

As pessoas jamais experimentaram a Paz Verdadeira, e sobre esta só têm opiniões absurdas, ideais românticos, conceitos equivocados.

Para os ladrões, a Paz seria a dita de poder roubar impunimente sem que a polícia lhes atravessasse o caminho. Para os contrabandistas, a Paz seria poder colocar contrabando em todas as partes sem que as autoridades lhes impedissem. Para os exploradores do povo, a Paz seria vender bem caro explorando a torto e a direito sem que os fiscais do governo lhes proibissem. Para as prostitutas, a Paz seria gozar de seus leitos de prazer e explorar a todos os homens livremente, sem que as autoridades de saúde ou de polícia interferissem de alguma maneira em suas vidas.

Cada pessoa forma, na mente, cinquenta mil fantasias absurdas sobre a Paz. Cada pessoa pretende levantar ao seu redor um muro egoísta de ideias falsas, crenças, opiniões e absurdos conceitos sobre o que é a Paz.

Existem muitos vagabundos que supõem equivocadamente que a Paz é poder viver sem trabalhar, muito tranquilamente e sem esforço algum, em um mundo cheio de fantasias românticas maravilhosas.

Sobre a Paz existem milhões de opiniões e conceitos equivocados.

Enquanto dentro do indivíduo existirem os fatores psicológicos que produzem inimizades, desavenças, problemas, guerras, não haverá Paz Verdadeira.

A Paz Autêntica vem da beleza legítima sabiamente compreendida.

A Beleza do coração tranquilo exala o perfume delicioso da Verdadeira Paz Interior.

É urgente compreender a beleza da Amizade e o perfume da Cortesia.

É urgente compreender a Beleza da Linguagem. É necessário que nossas palavras levem, em si mesmas, a substância da Sinceridade. Não devemos usar jamais palavras sem ritmo, desarmônicas, grosseiras, absurdas.

Cada palavra deve ser uma verdadeira sinfonia, cada frase deve estar cheia de beleza espiritual. É tão mal falar quando se deve calar, como calar quando se deve falar. Há silêncios delituosos e há palavras infames.

Devemos cuidar de nossos gestos, modos, vestuário, e atos de toda espécie. Que nossos gestos, que nosso vestir, modo de sentar à mesa, maneira de nos comportar ao comer, forma de atender às pessoas na sala, no escritório, na rua, etc., estejam cheios de beleza e harmonia..

É necessário compreender a beleza da Bondade, sentir a Beleza da boa Música, amar a Beleza da arte criativa, refinar nossa maneira de pensar, sentir e fazer.
A Suprema Beleza só pode nascer em nós quando o eu morrer de forma radical, total e definitiva.

Nós somos feios, horríveis, asquerosos, enquanto tivermos dentro e bem vivo o eu psicológico. A Beleza, de forma íntegra, é impossível em nós enquanto existir o eu pluralizado.

Se quisermos Paz Autêntica devemos reduzir o eu a poeira cósmica, só assim haverá em nós a Beleza Interior. Dessa beleza nascerá em nós o encanto do Amor e a Verdadeira Paz do Coração Tranquilo.

A Paz Criadora traz ordem dentro de nós mesmos, elimina a confusão e nos enche de legítima felicidade".